Moradores relembram famosos que residiram em Bento Ribeiro

RIO DE JANEIRO – O bairro de Bento Ribeiro, localizado na Zona Norte do Rio, é muito lembrado por ser um lugar tranquilo e também por ter sido lar de duas personalidades, muito importantes e conhecidas no Brasil: a apresentadora Xuxa Meneghel e o ex-jogador de futebol Ronaldo Fênômeno.

Ronaldo, que atuava como centroavante e foi campeão mundial com a seleção brasileira (1994 e 2002) e eleito melhor jogador da FIFA (1996, 1997 e 2002) por três anos seguidos, viveu sua infância na Rua General Cesár Obino, número 114. Eduardo dos Santos, Profissional de TI, de 45 anos, cresceu com o jogador e conta como ele era nas peladas de bairro.

Nossa! Ele era diferente de todos nós! Muito superior! Meu pai costumava arrumar jogos para que os meninos da minha rua pudessem jogar contra meninos de outros lugares. Quando meu pai organizava o jogo, o recado era o seguinte: ‘Vai ter jogo, organiza os meninos e não esquece o Dadado!’. Era o apelido de infância dele na nossa rua. Poucos sabiam o seu nome verdadeiro”, conta Eduardo.

Outro amigo de infância do jogador é Emerson Moraes de Oliveira que conta quando se deu conta do quanto de fenômeno tinha seu ex-vizinho.

A minha infância ao lado do Ronaldo foi tranquila, eu só fui me dar conta que ele era o Fenômeno quando nós começamos a ir para as baladas e aí que eu comecei a perceber que as pessoas ficavam deslumbradas quando encontravam ele”, diz Emerson (abaixo, à direita).

Outra personalidade que residiu no bairro foi a cantora e apresentadora Xuxa Meneghel, um ícone infantil nos anos 80. A cantora nasceu no Rio Grande do Sul, porém veio para o Rio nos anos 70, quando tinha 7 anos, por conta da transferência do pai militar. Morou em Bento Ribeiro na Rua Divisória até seus 17 anos. Em 2013 a apresentadora retornou ao bairro em uma matéria para o Fantástico e disse:

Tem 33 anos que não venho nesse lugarzinho especial e é como voltar no tempo”, declarou Xuxa.

A apresentadora voltou ao seu bairro de infância em reportagem do Fantástico. (Foto: Reprodução/ Fantástico)

A apresentadora comprou o apartamento em que foi criada no bairro para guardar de lembrança. “Comprei pra guardar, para dizer que é meu, aquilo lá é minha vida”, disse Xuxa para o Fantástico.

Enquanto ainda residia no bairro, Ronaldo recebeu o convite para virar sócio-atleta do Valqueire TênisClube. Sua performance no time chamou a atenção do supervisor do Social Ramos, outro clube da região, e logo ele trocaria de clube. Quem conta é Jorge Monteiro, seu amigo de infância, que chegou a jogar com Ronaldo nesta época.

Ele sempre gostou muito de bola e era sempre o destaque das peladas. Nós começamos a jogar juntos no futebol de salão do Valqueire Tênis Clube e lá ele começou como goleiro, porque já tinham muitos jogadores na linha”, explica Jorge.

Quem completa é Emerson (aquele da foto acima): “O Ronaldo sempre foi muito fominha de bola, e por conta disso o futebol dele foi melhorando cada vez mais. Ele jogava bem, eu não imaginava que ele poderia ser esse jogador que se tornou”, conta.

A ascensão e a fama de Ronaldo trouxeram felicidade e alegria para as pessoas que já o conheciam desde cedo. Emerson

Ronaldo era um menino muito humilde e não gostava muito de se “gabar” ou contar vantagens. Eu, particularmente, só soube que ele estava começando a fazer sucesso quando descobri que o Ronaldo estava na seleção de base do Brasil. Depois, acompanhei cada passo de sua carreira e torci para todos os times que ele jogou. Na verdade, torcia por ele”, explica Emerson.

Os amigos continuam acompanhando seu sucesso e torcendo muito pelo Fenômeno. Eduardo chegou a vê-lo no Cruzeiro, quando jogou no Maracanã.

“Fui ao estádio para ver ele jogar contra o Flamengo. Levei meu pai que é vascaíno para meio da torcida rubro-negra. Quase no final do primeiro tempo, Ronaldo driblou o zagueiro e chutou na trave. Meu pai levantou e gritou ‘gol’!!! Ou seja, no meio da torcida do Flamengo meu pai estava torcendo paro Ronaldo e para o Cruzeiro. Quase apanhamos”, conta Eduardo.

Ronaldo Jorge segue tendo o jogador na sua vida até os dias de hoje.

Eu trabalho no escritório que cuida das coisas pessoais dele aqui no Brasil, então acompanho ele e tenho ele me acompanhando até hoje”, diz Jorge.

Foto de capa: Pedro Turteltaub/Esquina Jornal

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Por Pedro Turteltaub (Repórter) (Jornal Online)

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