RIO DE JANEIRO – Morar em um bairro residencial é a escolha de muitas pessoas que buscam por ruas mais tranquilas e um ambiente familiar. Porém, a falta de pedestres transitando pelas ruas em determinados horários pode fazer com que algumas pessoas se sintam sozinhas e inseguras. Esse é o caso de Bento Ribeiro, situado na Zona Norte do Rio. Moradores reclamam da constante sensação de insegurança, principalmente à noite, quando a maioria dos trabalhadores já chegaram em casa. 

Uma boa infraestrutura, iluminação e manutenção, somadas a comércios e à movimentação noturna podem ser consideradas a “receita” para um bairro bem desenvolvido e seguro. A falta de diversidade causa o subdesenvolvimento de muitas localidades. Para o arquiteto Lucas Porto, o ideal é que os bairros sejam proporcionalmente comerciais e residenciais. Quanto maior for o fluxo de pessoas, mais interessante ele ser torna, e como consequência, atrai mais comércios e policiamento. 

Mesclar o comercial e o residencial em um ambiente tem como resultado bairros mais interessantes, atrativos e menos monótonos. Não só isso, a intensificação do fluxo de pessoas em determinados espaços faz com que as outras tenham a percepção de que aquele é um lugar mais seguro”, destaca. 

Para Sueli Costa, moradora de Bento Ribeiro há mais de dez anos, a maioria dos bairros do Rio de Janeiro podem ser considerados “perigosos” de certa forma e precisam de mais atenção do poder público.  

Hoje em dia é muito difícil de se ter um bairro 100% seguro. Bento Ribeiro não seria diferente. Morando em um local há tanto tempo, a gente se acostuma com ele e sabe por onde deve transitar.  Mas falta algum tipo de policiamento, principalmente à noite que quase não tem gente transitando”, afirma .

Já para Sônia Regina, moradora do Bairro há mais de 70 anos, o aumento no número de comércios poderia trazer mais segurança aos moradores além de ser atrativo para os mais jovens, trazendo uma movimentação para Bento Ribeiro. 

Para deixar o bairro mais movimentado seria interessante o surgimento de mais comércios, lugares que ofereçam diversão para população, pontos culturais atrativos. Acho que seria muito legal um centro gastronômico porque são alternativas muito viáveis e possíveis”, relata. 

Porém, a inserção desses novos empreendimentos deve ser gradual e levar em consideração  as necessidades dos moradores, segundo o arquiteto Lucas Porto.  

A melhor forma de se fazer isso é por meio da observação e compreensão das demandas e necessidades dos indivíduos que residem no bairro. Só assim será possível oferecer comércios e serviços diversificados de forma efetiva, ressalta. 

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Por Pedro Paulo Carvalho (repórter e produtor) (Jornal Online)